sábado, 24 de janeiro de 2015

#1480

 
A tua voz. Calma e pausada. Mas principalmente as tuas palavras. Sempre cheio de certezas. Sempre seguro de si e das suas convicções. Directo e sem falsos pudores, mas sempe gentil, educado e atento. Foi a tua voz que me cativou com todas as palavras que articula. Foi a tua voz que te deu a conhecer-me....
Mas a tua voz. Ao ouvido. Como uma das tantas músicas que ambos gostamos. Dizendo aquilo que o mundo não ouve. A tua voz entrando em mim. A tua voz dizendo aquilo que eu própria calava. Porque me conheces. Porque somos um só em corpos distintos.
Mas a tua voz. A tua voz que me soa como se estivesse dentro de mim. Consegues ainda ser a voz da minha consciência. A tua voz doce e firme continua a ecoar na minha mente. Mas principalmente as tuas palavras. Sei-as de cor. Vírgula por vírgula. Dúvida por dúvida. Certeza por certeza. Odeio as tuas dúvidas e abomino as tuas certezas.
A tua voz. Aquela que eu quero ouvir pela manhã a dar-me os bons dias. A voz que eu espero que me conforte e me ralhe. A voz que agora eu só oiço calada. Silenciosa.
 Vais-me acordar todas as manhas com um "Bom dia, meu amor"?

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