quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

#1477



O último dos sentidos a ser posto à prova. Aquele que só quem nos consegue despertar todos os outros tem o prazer de conquistar. Paladar. O teu gosto. Aquilo a que me sabes. O imediatamente antes do querer e ter. O crescer de água na boca como quando um doce se nos é colocado à frente dos olhos, pronto a ser degustado.
O nosso primeiro beijo foi aguardado. Estudado. Ansiado. Provocado. Ambos sabíamos que era ali, ...naquele exacto momento que teria de acontecer. Soubeste-me ao céu estrelado daquela noite já de si quente. O nosso primeiro beijo soube-me, no imediato, ao descansar da vontade. À vitória aguardada. Ao culminar da espera e da dúvida. Um beijo tímido, lento e sentido. No imediato, porque todos os seguintes me passaram a saber a urgência! A vontade e ânsia. Como que se selado por um beijo o nosso amor fosse impenetrável. Como que se quisessemos suprir o tempo perdido. Como se amanhã os nossos lábios se fossem ausentar. E ausentaram-se. Os meus lábios ausentaram-se dos teus. Mas ainda guardo o teu sabor. E quando se degusta a melhor das iguarias, não nos é possível voltar a provar segunda escolha.
Sei de cor o sabor do teu beijo. Do nosso beijo. Não há outro como o nosso.
E tu? Se te fecharem os olhos, sabes ou não o sabor do meu?

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